domingo, 3 de fevereiro de 2008

Cosmonauta

E como sempre se começa qualquer dia,
Começou mais esta nova manhã,
Barulho nas calçadas,
Portas se abrindo e se fechando pela casa,
As vozes alteando nos volumes dos televisores,
Sons de passos, bocejos, questões mal resolvidas,
Todo um tempo antes inócuo preso, adormecido,
Acordou com fome de vida não vivida,
Mil dores, mil sabores, mil passos em falso.
Só preciso sair inteiro que o resto o tempo faz,
O tempo ama, o tempo engana.
Só preciso sair inteiro que o resto o tempo traz,
O tempo chama um dia a gente pra voar pelo céu,
Milhares de anos luz no destino de um anjo torto,
Sementes do passado não escondem o mausoléu,
Meu povo não lembra de onde veio há muito tempo.
Seus instintos vão guiá-los por esses caminhos
Antigos, perdidos por onde todos passam iguais,
Caminho seguido por filhos, avôs e pais.
Essa é a Elefantina inesquecível,
Do céu seu significado a voz que chama,
Nos ouvidos flamejantes da raça humana.

Autor: Daniel Augusto

Um comentário:

Henrique Felippe disse...

"o tempo ama, o tempo engana"... nossa, como um punhal... intenso e preciso!

Henrique
Vai Vendo...