quinta-feira, 24 de julho de 2008

metroinlove

.metroinlove

Arte: Tadeu Kendy

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Carta a meu coração




Hoje eu vou te contar um segredo,
Só mais uma de amor próprio tu ouvirás.
Meias verdades o vento leva pra longe,
Não vou sentir saudade, do tempo de trás.
E o impensado será vivido, quem foge?
Em meus domínios minha efêmera intervenção,
Conduzem aquilo que dá nome à composição,
Humana, animal, algo sem nome justo,
A que chamo de Daniel Augusto.

Não responderei a própria interrogativa...
Não rimaria com ambigüidade,
Se me descrevesse com facilidade,
Só restaria a rima da solidão
Para completar o meu subterfúgio vazio,
Aonde não poderei acordar se quiser,
Meu coração fica apertado, quando penso.

Vejo luz no fim do túnel,
Vejo um arco íris suspenso,
Há todo tipo de vício,
Há mais do que um recomeço,
Tenho esperança em algo novo.
Algo que até então desconheço:
“O mal na alegria se permuta
Quando a jura vem de si mesmo,
Em pedido de desculpa...”

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A Bela que fere (e que me tange)



És bela, pensaria o trovador,
Carrega um estranho mal,
O mal da carne e da terra
Diria o adorador barroco,
Tem as formas oblíquas
Do desejo e da paixão
Iminente, arriscaria
Algum cubista proeminente.
Valeria meu singular suspiro,
Esse que seria o mais longo,
Como o vento do atlântico
A ressoar numa praia sem nome,
Verteria o último romântico.
Mas é só quando silencia
O pensamento, vejo
Cada palavra inerte pronunciada.
Quando a única resposta existente
Está na tua vontade inerente,
De amar outra vez mais
Com aquela sede crescente
De receber ao ventre
A parte de mim que nunca perdeste,
E não perderá jamais.

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

sábado, 10 de maio de 2008

Rota de Colisão



Era quase como um vulcão em erupção,
O dia em que minha mãe me deixou.
Meu pulso se afundou longe dentro de mim,
Meu coração entrou em rota de colisão,
Mas de medo nem meu olhar se movia.
De cima do vagalhão era enjoativa,
Qualquer cena de cinema,
Qualquer canção de amor.
Não quero que sinta essa mesma profunda dor,
Que naquele dia eu sentia.
Nem que cometa os mesmo erros que eu cometia,
Toda vez que olhei incoerente aquela mulher,
Com ódio de ser dela minha pátria.
-Ela só me puxa para o fundo me humilha, pensava.
-Ela quer você vencedor, seu olhar morto me dizia.
E aquilo era o que mais doía,
Morreu com desgosto do filho.
Surdo, pragmático e egoísta, pois nela nada via.
Mais tarde descobri que brinquei com tudo,
Tudo aquilo que não devia,
A morte ceifou a dor da mulher,
Que me amava como nenhuma outra havia
Cuidava como a leoa e sua cria,
E eu fui tudo que não queria.
Será que um dia poderá me ouvir?
De algum lugar no espaço,
Ou até de dentro de um vulcão.
Meu grito soa alto
É um pedido de perdão
É meu coração em rota de colisão.

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

sábado, 12 de abril de 2008

O plural e o amontoado



Duas linhas, vertigens horizontais.
Guardam os limites da estação,
são tantos milhões de passos
marcados por aquele chão.
Carregando cada um, sonhos
Doces como uma ilusão, e ali
cada paixão tem seu perdão.
O paradoxo eterno do amor
emana na alma desse lugar
que só sabe fazer partir e chegar,
cerrar o sorriso de quem espera
encerrar a saudade, e não se nega
amor se apega até em meio ao vão
e é impossível dizer quem irá partir
cada um leva na palma da mão
o seu destino e o de seu coração.

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

domingo, 23 de março de 2008

O grande diretor



Paredes e retratos
Palavras nunca ditas
Apenas um brilho
De tamanho indefinido
Um espécime quadrado
Imagens dispersas
Pingos d’água e trilhos
Velhas manhãs manhosas
N’algum lugar da Europa
Olhares atentos no polígono
São quatro olhos
Que apenas olham
Sem seguir nenhum movimento
Todo tempo está parado
Duas palavras em Russo
Dois sorrisos,
No final do segundo terço de hora
O filme então havia começado
Nada havia mudado
Paredes e retratos
Pingos d’água e trilhos
Barulhos de carros
Ninguém havia nos contado
Mas sabíamos
Que o filme havia começado.


Autor: Daniel Augusto.

Arte: Tamires Cordeiro ( Participação Especial ).


quarta-feira, 19 de março de 2008

Tremor



As vidas suspensas
No cadáver vertical
Implosão iminente.


Autor: Tadeu Kendy
Arte: Tadeu Kendy

sexta-feira, 7 de março de 2008

A única fruta madura na árvore do ódio é a morte



Sempre que me vi só
Era só aquilo que queria ver.
Cada um tem seu bem e seu fado
Sua sorte e seu bem dizer
Sua Quimera e seu Fausto
E não há por onde fugir
Todos eles estão em mim e em você
Não se surpreenda com a coincidência
Pois é assim que deve ser
Agora nasce a sua essência
Para que ela possa um dia morrer.
E não pense se isso é bom ou ruim
Ou como vai acontecer o ato sórdido
Cada passo na trilha do falso caminho
É mais uma fruta madura na árvore do ódio.

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Primeiro de Março



Hoje eu acordei com areia nos sapatos
Água pela barriga, móveis boiando pelo quarto.
E na TV tanta emoção na voz do narrador
Afinal são as águas de março
Atrasei meu relógio, era uma hora no marcador.
E nada me comovi quando vi o governador
Na emissora dando seu lastro.
- É lamentável essa obra da natureza, do acaso.
Entrecortado ouvia meu filho chorando no braço protetor
De sua mãe que lhe prendia num laço.
- Antônio, perdemos tudo na água, no arregaço.
E na minha alma soava a mesma pergunta
De perguntador que eu era.
- E agora Antônio o que é que eu faço?
Mas a chuva aquela altura já havia passado
E com ela se foi março, abril e também maio.
Mas nunca se fora meu embaraço
Diante de tanto descaso.

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Viajando Literalmente




Enquanto viajei nas cidades e as serras
Vi de tudo,
Conheci uma Senhora de nome Iracema
Que na rua pedia esmola
E perguntei a meu primo Basílio
De que se tratava tal miséria?
Num lugar deste que mais santo só parecia haver Canaã
E porque garotos de Dom
E de Dom cuspido
Por ai tinham as vidas secas
Que sempre temiam ter
Entretanto me olhava sempre indiferente o primo
E meu desgosto todo esse
Eram como flores do mal
Que teimavam em meio ao espinheiro
A crescer sem ouvir o desânimo
Como um dia fez um tal sargento
Que deixou no tempo o autor
E provando assim sua conquista
No momento em que tudo começava numa carta quinhentista.


Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Alegria tríplice!


Nós do Gênese estamos muito felizes de que mesmo com esse pouco tempo de atividade no mundo dos blogs já sermos premiados com esses três selos. Indicados por nosso parceiro do ehtudoloko que nos deixou bastante felizes, e como é de praxe vamos passar eles para cinco blogs que achamos merecedores desses selos...

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Quando se for



A verdade será só sua,
Aquele caminho não tem volta,
É o caminho que escolhemos,
E não há chance remota
De sairmos inteiros,
Sem meu coração
Pule a janela,
Rasgue as velas.
Meu barco que sonha
É minha gente a esconder,
A brincar de viver,
Até anoitecer em nosso caminho,
Cada soluço é um destino.
E sempre igual o dia gira
E parece normal
Que a gente insista
Em alguém que sempre vem
No dia da partida.
Do meu amor,
Do meu coração,
Da minha vida.


Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Traduzindo em Sentença




Está no ato de destruir
O combustível de tudo isso
Hoje os poços sujos de petróleo
E suas mansões marítimas,
Amanhã a sua privacidade,
Seu emprego, sua vida íntima,
Que irão carbonizar em nome
De mais um caminho aberto na terra,
Que irá sangrar seu coração como lava,
Será o amor em combustão,
A esperança a mil pés do chão
A dor que nunca some, nunca acaba.

A ordem será apenas correr
Enquanto o amanhã ainda raia,
Enquanto a chama ainda acende,
Sem ser sufocada pelo ar que a vida opõe,
Assim como o fio da navalha.

Autor: Daniel Augusto
Arte: Tadeu Kendy

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Dia de Cada Manhã



E hoje o dia é de cada manhã,
E a noite reina infinita no seu limiar,
Tudo pode acontecer antes do dia começar,
Mas não espero mais que chegue sã.

Provarei dos seus gostos e no seu rosto a maçã,
E não esperarei pela provocação quando provocar,
E ela me fará surpresas quando for salutar,
Transformando toda minha luta em força vã.

Toma conta assim do seu desejo,
E quando posso vejo,
Profunda harmonia mariana,
Na tua alma inquieta e profana.

Autor: Daniel Augusto

Arte: Tadeu Kendy

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Confissão da Incerta Humanidade

Às vezes a agonia toma conta
Do coração embriagado de desesperos
Se tornando terra fértil para tortuosos pesadelos
Que refletidos na sua face
Mostra-me que teu sábio tempo
Não teve o cuidado com o que lhe pertencia
Pois deixou voar a nostalgia
Para o seu mar de incertezas
Incertas como sua doçura
Mas não chores mais
Sairemos desse jogo iguais
Pois o tempo tudo cura.


Autor : Daniel Augusto

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Sono Leve

O tempo se renova a cada segundo
O vento sopra lá fora
As pessoas se engraçam com as coisas da vida
Os amantes choram a dor de uma partida
Os pensantes escolhem a letra e a rima
E eu procuro o sol por traz de seu rosto
A distante Era por traz de seus olhos que
Sozinhos refletem sua beleza
Olhos esses que não podem
Remeter tristeza, incapazes de odiar
Mas vorazes para sorrir e amar
Procuro seu coração para bater junto ao meu
E colar sua boca que esconde um perigoso mel
Um veneno vindo do céu
Que se renova a cada sorriso
E a cada novo olhar,
Para um dia se houver tédio
eu possa , cantar e cantar...

Autor: Daniel Augusto

O Desejo

E quando a gente sente
É que a gente percebe
O flagelo que o mundo se aninhou,
Onde começa a dor febril
Que por onde passou sabe quem marcou.

E a sede que mata a torto
Num poço que evapora na areia da solidão,
Dessa paisagem sobrou apenas o saborear
Da amarguidão que a vida pode tomar
Distante da graça que um dia há de voltar.

Nesse sertão de concreto
O inabitável se tornou o comum decreto
No coração que já pára por parar.



Autor: Daniel Augusto

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Pormenores

É durante a noite que o sonho sai na janela,
Ouço sua voz distante soar em curvas e ondas,
É o choro da manhã sua canção mais bela,
Memórias, destino e quanto melhores
Mais fundo dói e no alto são todos iguais,
Tudo aquilo que se fez,
Desafios banais,
Todo mundo parou pra ver,
Jurei nunca mais,
E mais de vez em quando do que nunca,
Tudo era novo e repetido,
Passos marcados,
Espelhos refletidos,
Sozinhos sua imagem e semelhança,
No vazio do seu interior a verdade
É um monte delas em escalas menores,
Mas não menos verídicas, apenas menores.

Autor: Daniel Augusto

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Cosmonauta

E como sempre se começa qualquer dia,
Começou mais esta nova manhã,
Barulho nas calçadas,
Portas se abrindo e se fechando pela casa,
As vozes alteando nos volumes dos televisores,
Sons de passos, bocejos, questões mal resolvidas,
Todo um tempo antes inócuo preso, adormecido,
Acordou com fome de vida não vivida,
Mil dores, mil sabores, mil passos em falso.
Só preciso sair inteiro que o resto o tempo faz,
O tempo ama, o tempo engana.
Só preciso sair inteiro que o resto o tempo traz,
O tempo chama um dia a gente pra voar pelo céu,
Milhares de anos luz no destino de um anjo torto,
Sementes do passado não escondem o mausoléu,
Meu povo não lembra de onde veio há muito tempo.
Seus instintos vão guiá-los por esses caminhos
Antigos, perdidos por onde todos passam iguais,
Caminho seguido por filhos, avôs e pais.
Essa é a Elefantina inesquecível,
Do céu seu significado a voz que chama,
Nos ouvidos flamejantes da raça humana.

Autor: Daniel Augusto

Mudança de planos...

No último segundo optei por cosmonauta!

Espero que gostem....afinal a primeira impressão é a que fica!

Apresentação

Este Blog foi criado com a intenção de mostrar poesias e artes de dois garotos atentados pelo desejo de criar...

Reflexão, Beleza, Forma,

O que mais te atrai?